TÁBATA AMARAL, VOLTA ÀS AULAS E JORNALISMO LULOPETISTA

Na última semana, os usuários da internet acompanharam um episódio envolvendo a deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP) e o ministro da educação Milton Ribeiro. A deputada conseguiu uma reunião com o ministro e discutiu com ele várias questões referentes a educação, como, por exemplo, a preocupação sobre o futuro das escolas no pós-pandemia, a desigualdade no acesso a internet e aos materiais de estudo a distância e os protocolos a serem adotados quando voltarem as aulas presenciais[1].

Não demorou muito para choverem críticas de vários lados. Setores de direita criticaram o ministro da educação por receber a deputada[2]; setores de esquerda criticaram a deputada por ter procurado o ministro[3]. A deputada Tábata Amaral se defendeu, em entrevista[4], dizendo que não foi pedir a volta às aulas presenciais durante a pandemia, mas que foi conversar sobre diversos temas – regulamentação do FUNDEB, desigualdades entre os alunos durante a pandemia, etc – e atentar o ministério da educação para a necessidade de se criar e coordenar esforços que garantam uma volta às aulas de forma segura (não necessariamente durante a pandemia).

Para além da polêmica, há que se ir mais fundo e ressaltar as críticas de certos setores de esquerda a esta reunião de Tábata Amaral com Milton Ribeiro. As primeiras críticas a esta reunião feitas por setores de esquerda vieram da mídia lulopetista, como o portal Brasil 247. É nítido que, desde a corrida presidencial de 2018, o Partido dos Trabalhadores vem aumentando o arsenal de críticas ao Partido Democrático Trabalhista[5], concorrente que vem ganhando espaço nos debates sobre/contra a atuação do governo federal e as perspectivas para o futuro do Brasil, utilizando suas mídias para atacarem Ciro Gomes, principal nome do PDT, e parlamentares pedetistas. Inclusive, estas mídias chegam a utilizar fake news para atacarem[6] e fazem os leitores acreditarem em coisas que não existem (por exemplo, o portal Brasil 247 declarou que Tábata Amaral quer acelerar a volta às aulas durante a pandemia[7], o que não confere com a realidade).

Práticas como as do jornalismo lulopetista são um desserviço ao debate político. A deputada, que tem a defesa da educação como um dos direcionamentos de seu mandato, não pode abrir mão do debate e da cobrança ao ministro da educação só porque este é ligado ao atual governo (que é, claramente, digno de oposição). Questões importantes ao povo brasileiro neste período, como a educação, devem ser debatidas por todos os lados, por mais antagônicos que sejam. A deputada tem momentos passíveis de críticas em seu mandato, assim como os ministros do atual governo federal e assim como toda a classe política brasileira, mas isto não será resolvido nem apaziguado com jornalismo ruim, que utiliza das mesmas artimanhas que costuma criticar nos outros.

FONTE DA IMAGEM: https://vejasp.abril.com.br/cidades/tabata-amaral-deputada-ministro-educacao/